O que propõe

A dieta de South Beach foi criada pelo cardiologista americano Arthur Agatston, para diminuir o aparecimento de doenças cardiovasculares entre seus pacientes. Porém, além de diminuir essas doenças, ele notou que também auxiliava no emagrecimento. A South Beach é um pouco diferente de outras dietas, pois não restringe total ou parcialmente nem um grupo de alimentos, com exceção das duas primeiras semanas. “Ela não elimina totalmente carboidratos nem gorduras e não restringe as quantidades. Ela propõe identificar os bons e maus carboidratos e gorduras. É feita em três fases.

Na primeira há uma restrição grande de carboidratos. Na segunda alguns carboidratos voltam ao cardápio, acompanhados de algumas proteínas específicas. Na terceira, é feito um equilíbrio entre carboidratos e proteínas”, explica o nutrólogo Danny César Jumes, de Santa Catarina. Os carboidratos vilões e proibidos, nesse caso, são aqueles que não têm fibras como pão branco, bolos e biscoitos. Os refrigerantes também são excluídos desse cardápio. No lugar dessas bebidas artificiais, opte por água de coco ou água mineral. Os bons carboidratos seriam o pão integral, cereais, legumes e frutas com casca, que são repletos de fibras e, portanto, impedem a absorção de açúcar e estimulam o intestino.

Já as gorduras ruins, ou saturadas, são aquelas de origem animal e encontradas em carnes e frituras. As gorduras saudáveis, ou insaturadas, são vegetais e encontram-se no azeite, óleos de canola e girassol. As boas gorduras dos animais estão nos peixes como atum, salmão e sardinha, ricos em ômega 3. Devido à boa seleção do que se pode ingerir, essa dieta pode ser definitiva, ou seja, adotada como estilo de vida.

A primeira fase, em que há algumas restrições, dura 14 dias e nesse período é possível perder de 3 a 5 quilos. Já a duração da segunda etapa, em que voltam os carboidratos saudáveis, vai depender do resultado desejado. “Se existir a sensação de que a redução de peso não está ocorrendo ou acontece de forma muito lenta, fica permitido voltar à primeira etapa, na qual se perde mais peso e de forma acelerada. Porém, o mais importante é aprender a comer de forma correta”, conclui o nutrólogo.

O peso perdido nas primeiras semanas, de 3 a 5 quilos, pode ser mantido na segunda fase ou pode-se perder um pouco mais, cerca de 1 quilo por semana. E na terceira fase do programa, como já foi dito, deve-se adotar um equilíbrio de carboidratos e proteínas de qualidade, para que essa postura seja um hábito saudável e que possa ser seguido por toda a vida.

Como é feita

A única fase que restringe grande porção de carboidratos é a primeira. “O objetivo é fornecer grandes porções de proteínas, gorduras e carboidratos benéficos”, explica Danny. Então, nas duas primeiras semanas fica proibido consumir pães, arroz, batatas, massas ou doces. Assim como bebidas alcoólicas. Os carboidratos liberados neste período são feijão, soja, lentilha e ervilha. Hortaliças, verduras, carnes magras, frango sem pele, laticínios desnatados, ovos e azeite também são livres.

Na segunda etapa, começa a entrar bons carboidratos gradualmente, para que o peso continue a ser eliminado, cerca de 1 quilo por semana. O ideal é que esta fase dure até que o peso desejado seja alcançado. São permitidos pães, arroz e massas integrais, além de frutas como maçã, uva, laranja, pêssego, morango. No terceiro período, a intenção é manter os bons hábitos alimentares definitivamente. Os bons carboidratos, de preferência só os integrais, são livres. Uma vez por semana é permitido um doce de até 75 calorias, que pode ser duas balas (checar as calorias na embalagem), uma taça pequena de gelatina ou de pudim diet ou ainda um picolé (ver calorias na embalagem).

O cardápio deve respeitar as três refeições principais e os lanches entre elas. O nutrólogo dá dicas para a montagem. “Deve-se considerar o índice glicêmico dos alimentos, ou seja, priorizar alimentos que não alterem a quantidade de açúcar no sangue”. No café da manhã, um copo pequeno de suco de tomate, 2 ovos mexidos, 2 fatias de peito de peru ou presunto light e café com adoçante. O lanche pode ser uma nectarina, uma pêra, um kiwi, um cacho de uvas ou até um iogurte desnatado. No almoço, um filé de peito de frango grelhado, alface à vontade e uma porção de gelatina diet. O lanchinho pode ser um aipo com uma fatia de queijo light.

Na última refeição, uma boa sugestão é consumir uma salada verde, um filé magro grelhado, aspargos grelhados, uma porção de brócolis refogado e uma gelatina diet ou um iogurte. No último lanche, um queijinho pasteurizado ou uma pequena porção de amêndoas.

Promessa

Em 14 dias é possível eliminar de 3 a 5 quilos. Na segunda fase, pode-se perder até 1 quilos por semana. “Mas sabemos que o mais importante é a pessoa adquirir hábitos saudáveis, ter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas regularmente. Caso contrário, pode recuperar os quilos perdidos”, avalia Danny.


Contraindicação

Dietas com pouco carboidrato não estão livres dos efeitos colaterais prejudiciais. O consumo limitado de carboidratos pode levar à cetose, reação que pode causar dor de cabeça, fraqueza, desidratação e tontura. A pouca ingestão de fibras alimentares, que geralmente acompanha a dieta cetônica, pode resultar em prisão de ventre.

Para quem é atleta ou mantém uma rotina de malhação pesada e regular, Dr. Danny faz um alerta: “Se quiserem adotar essa dieta, mantenham pelo menos metade do seu cardápio habitual, aquilo que estão acostumados a comer e nas quantidades de costume, sem grandes restrições. Assim se evita cansaço, fadiga e baixo rendimento durante o exercício”.


Eu fiz

“Esse ano resolvi fazer a dieta por conta própria e me dei mal. Eu praticava natação e, na primeira semana, tirei o carboidrato e comia frutas, peixe, frango e legumes. Em uma semana não perdi nada de peso, então cortei as frutas também. Meu professor na academia disse que eu iria passar mal porque praticava atividades físicas e o corpo precisava de carboidratos. Ele avisou, mas por ser teimosa, não considerei. Comecei a sentir fortes dores de cabeça, muita fraqueza, e mesmo assim, continuei. Até que numa madrugada, acordei passando mal, suando frio, com calafrios, vômitos, não conseguia nem andar até a cozinha para chamar um táxi e ir ao hospital. Sabia que precisava comer carboidrato para melhorar. Comi algumas frutas e tomei água. Foram 3 horas de agonia. Em casa, não tinha biscoito, pão, nada de carboidrato, só havia frutas. Agredi meu corpo e não perdi peso algum. Agora caminho 30 minutos todos os dias, como apenas alimentos a base de soja, bebo muito chá verde e branco. Incluí em meu cardápio, além das frutas, cereais, verduras e grelhados. Só como doces e frituras de vez em quando. Perdi 3 kg em duas semanas, mas como toda mulher, ficaria feliz se perdesse mais 2 kg.”

Elaine Ianicelli, 36 anos, editora de arte de São Paulo

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